Seguro viagem: essencial ou desperdício?
- Ferranti Bianchini Advocacia

- 12 de nov.
- 3 min de leitura
Imagine esta situação: uma brasileira viaja de férias para os Estados Unidos, tudo planejado nos mínimos detalhes. Durante a viagem, sente uma dor abdominal forte e precisa ser levada às pressas a um hospital. Diagnóstico: apendicite aguda. A cirurgia é realizada com urgência e corre tudo bem.
Alguns meses depois, já no Brasil, ela recebe uma cobrança de mais de 30 mil reais referente aos custos hospitalares.
A sorte é que ela havia contratado um seguro viagem internacional que cobriu integralmente a despesa.
Casos como esse mostram na prática a importância do seguro viagem, não apenas como um item opcional, mas como uma ferramenta de proteção financeira e jurídica que pode evitar prejuízos graves.
O que é o seguro viagem e quando ele é obrigatório
O seguro viagem é um serviço que cobre despesas imprevistas durante deslocamentos nacionais ou internacionais, como emergências médicas, hospitalizações, acidentes, extravio de bagagem, cancelamento de voo, entre outros.
A contratação não é obrigatória em viagens dentro do Brasil, mas pode ser exigida em viagens internacionais, especialmente para países europeus que fazem parte do Tratado de Schengen (como França, Espanha, Itália e Portugal).Esses países exigem que o viajante comprove uma apólice com cobertura mínima de 30 mil euros para despesas médicas e hospitalares.
Mesmo quando não é exigido por lei, o seguro viagem é fortemente recomendado, justamente porque os custos hospitalares são altíssimos e qualquer atendimento de emergência pode custar caro, como no exemplo acima.
O que o seguro costuma cobrir
As coberturas variam conforme o plano contratado, mas geralmente incluem:
Despesas médicas e hospitalares por acidente ou doença súbita;
Transporte médico;
Indenização em caso de invalidez ou morte acidental;
Extravio de bagagem;
Atraso ou cancelamento de voo;
Assistência jurídica e tradução em casos de emergência.
Importante: o seguro viagem não é um plano de saúde, mas uma cobertura específica para eventos imprevistos. Ele não cobre, por exemplo, tratamentos estéticos, exames de rotina ou doenças preexistentes que não tenham relação com uma emergência.
Quando o seguro pode ser acionado
O seguro viagem deve ser acionado imediatamente após o ocorrido, por meio do canal de atendimento 24h indicado na apólice.Normalmente, o segurado informa o que aconteceu, e a seguradora orienta o hospital credenciado ou o procedimento para reembolso posterior.
Se o segurado precisar pagar o atendimento por conta própria, o que é comum em alguns países, deve guardar todos os documentos, notas fiscais e comprovantes médicos, pois eles serão exigidos para o reembolso.
O caso real da viajante que operou o apêndice é um bom exemplo: o hospital enviou a cobrança semanas depois, mas como o seguro estava vigente e a cobertura incluía emergências médicas, a seguradora pagou diretamente a instituição americana.O consumidor, portanto, não precisou arcar com o custo e teve plena proteção conforme o contrato.
Conclusão: prevenção é o melhor investimento
O seguro viagem pode parecer um gasto extra, mas, diante de situações imprevistas, como uma cirurgia de emergência no exterior, torna-se um instrumento de proteção indispensável. Mais do que uma formalidade, ele garante tranquilidade, segurança jurídica e respaldo financeiro.
Antes de embarcar, o ideal é ler com atenção as condições gerais da apólice, checar a cobertura médica, os limites de indenização e o procedimento para acionar a assistência caso haja necessidade.
Morgana Pelicioli
Advogada OAB/RS 129.521
@morganapelicioli.adv





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