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Erro médico ou complicação inevitável? Entenda quando você pode buscar reparação

Passar por um procedimento médico envolve sempre algum risco. Mesmo os tratamentos mais simples podem trazer efeitos inesperados, e nem todo resultado negativo configura erro médico. Por isso, é fundamental compreender as diferenças entre erro médico, complicação natural e intercorrência, conceitos que determinam se há direito à indenização e como agir juridicamente.

O erro médico ocorre quando há falha na conduta do profissional ou da equipe de saúde. Ele se caracteriza pela negligência, imprudência ou imperícia e resulta em dano ao paciente. Exemplos incluem diagnósticos incorretos que atrasam tratamentos essenciais, cirurgias realizadas de forma inadequada ou a prescrição de medicação incorreta que causa prejuízos à saúde. Nestes casos, o paciente pode pleitear indenização por danos morais, materiais ou estéticos, pois existe um descumprimento direto do dever de cuidado que o profissional deve observar, previsto no Código de Ética Médica e respaldado pelo ordenamento jurídico.

Por outro lado, há as chamadas complicações naturais, que são efeitos previsíveis dentro do risco inerente a qualquer procedimento médico, mesmo quando todos os protocolos são rigorosamente cumpridos. Um leve inchaço ou hematoma após cirurgia plástica, febre transitória pós-vacinação ou pequenas reações à anestesia são exemplos de situações que não configuram erro médico. Reconhecer essas ocorrências é importante para evitar confusão entre um resultado indesejado, mas esperado, e uma falha profissional que gera responsabilidade civil.

Entre esses dois extremos, encontramos as intercorrências, problemas inesperados durante o tratamento que não decorrem, necessariamente, de negligência. Um sangramento imprevisto durante uma cirurgia, uma infecção hospitalar ou uma reação adversa mesmo com protocolos de higiene e cuidado seguidos são exemplos. Embora a responsabilidade nem sempre seja atribuída automaticamente ao profissional ou ao hospital, cada intercorrência exige análise detalhada, considerando protocolos adotados, registros clínicos e normas médicas, para verificar se houve algum desvio de conduta que possa ser juridicamente responsabilizado.

É importante destacar que a legislação brasileira, especialmente o Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor, garante proteção aos pacientes que sofrem danos decorrentes de erro médico. A responsabilidade do profissional pode ser objetiva ou subjetiva, dependendo da situação, e envolve avaliação de provas, documentos médicos, laudos periciais e testemunhos, tornando essencial a assessoria de um advogado especializado.

Além do aspecto jurídico, entender essas diferenças também é uma questão de informação e proteção pessoal. Saber identificar quando houve falha profissional permite ao paciente agir de forma consciente, organizar corretamente as evidências, preservar seus direitos e evitar decisões precipitadas baseadas apenas na frustração ou dor momentânea. Isso é particularmente relevante em procedimentos de maior risco ou em casos de complicações que afetam significativamente a qualidade de vida, a integridade física ou mesmo a estabilidade emocional do paciente.

Se você passou por uma situação em que suspeita de erro médico, não espere que o tempo apague evidências ou torne mais difícil a análise do caso. Cada detalhe do tratamento, cada laudo e cada relato clínico pode ser decisivo para determinar se houve responsabilidade e qual reparação é cabível. Procurar orientação jurídica especializada o quanto antes é fundamental para transformar uma experiência negativa em justiça, garantindo que os responsáveis sejam responsabilizados e que seus direitos sejam plenamente respeitados.

Erro médico

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